1 de dez. de 2015

População de Muriú fará ato contra sucateamento de escola nesta quarta-feira 02/12

Desde 2003, Ceará-Mirim improvisa as unidades Municipal e Estadual em propriedades alugadas e impróprias

Estudantes, pais e trabalhadores em Educação de Ceará-Mirim estão preparando um ato público a ser realizado no dia 2, às 15h, no prédio abandonado da Escola Municipal Augusto Xavier de Góes. Enquanto em São Paulo está sendo travada uma luta para que não se feche cerca de uma centena de escolas, no interior do Rio Grande do Norte, onde muitas vezes a população só tem uma única opção de unidade escolar, o problema aparenta ser ainda mais grave. O ato pretende chamar atenção para o sucateamento da Educação em Muriú, povoado de Ceará-Mirim, onde a situação das escolas públicas caminha para um desastre.


A princípio as escolas funcionavam no mesmo prédio (durante o dia funcionava a Escola Municipal e à noite a Escola Estadual). Em 2003, por questões políticas, a Estadual saiu desse prédio passando a funcionar numa casa alugada, pertencente na época a então vereadora Graças Freitas (PR). Desde então Muriú é cercada de promessas, em período eleitoral, sobre a construção da Escola Municipal, tanto por parte da ex-prefeita Edinólia Melo (PMDB), quanto pelo atual Prefeito Antonio Peixoto (PR).


No ultimo ano de gestão daquela prefeita, os alicerces do que seria a então nova Escola Municipal chegaram ser postos (hoje no terreno está edificada a quadra coberta). Em 2011, o conselho escolar da unidade Municipal reuniu-se com a Secretaria de Educação e apresentou os problemas da estrutura física do prédio. O acordado entre as partes foi transferir a Escola para um outro local até que a Prefeitura tomasse uma posição sobre o que seria feito: reforma ou demolição, seguido de construção de novo prédio. Assim, a Escola passou a funcionar numa casa adaptada, sem condições mínimas para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.


Em 2013, diante de algumas medidas adotadas pela Secretaria de Educação, os professores juntamente com os pais se organizaram no intuito de barrar a ofensiva da Secretaria, com o apoio do Sinte/RN de Ceará-Mirim (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte, Regional de Ceará-Mirim). Foi organizada uma visita da comunidade escolar até a Secretaria de Educação, onde cerca de 50 pais se voluntariaram, além de alunos e professores. Nesse dia houve uma audiência entre a comissão da comunidade escolar e a secretária de Educação, que se compromissou de até o mês de dezembro de 2013 em demolir o prédio e, no primeiro semestre de 2014, dar início à construção do novo prédio, que segundo a secretária, o projeto já existia. Dessa audiência até hoje já se passaram dois anos.


Já sobre a Escola Estadual, a exigência do Governo Estadual era de um lugar para a construção da unidade, que resultou na cessão de um terreno por parte da Prefeitura para dar início às obras. Em 2003, quando a Escola Estadual saiu do prédio da Escola Municipal, foi instalada numa casa alugada da então vereadora Graças Freitas (PR), num valor na época de R$ 5 mil por mês. Em setembro de 2012, a Escola transferiu-se para outro prédio, a Pousada Silva. Então, há 12 anos a situação da educação estadual em Muriú não se resolveu, mesmo já tendo passado pelo governo três diferentes gestões: Vilma de Farias (PSB), Rosalba Ciarlini (DEM) e agora Robinson Farias (PSD).


Por fim, ambas as escolas funcionam em prédios alugados, a Municipal numa casa pertencente à ex vice-Prefeita Graças Freitas (PR), e a Estadual em um prédio de uma pousada.

#SINTE - Regional de Ceará-MIrim