10 de dez. de 2011

Subdesenvolvimento

O termo subdesenvolvimento se traduz como uma condição favorável de alguns estados ou nações no que se refere a sua situação econômica-financeira, outrossim, a ausência desta condição denomina-se subdesenvolvimento. Mas será que é realmente incisiva a associação destes conceitos apenas ao aspecto pecuniário destes lugares? Será que ao fazer isto não estaríamos reduzindo por demais esta discussão abstraindo-se de outras esferas da vida social?
Sabe-se que a estrutura encontrada em nossa sociedade brasileira está pautada em uma organização onde uma mínima parcela da população concentra os meios de produção e exerce o domínio soberano do capital, em detrimento de uma grande massa que se digladia para usufruir do que resta dos bens de consumo produzidos pelas forças produtivas. Tal estrutura corrobora a original formação social que se deu em nossa nação, onde nossos exploradores exerciam o controle político, econômico e social, estrura esta que se mantém até nossos dias atuais.
Mas ao observamos com mais  critério nossa sociedade, percebemos que existem outros aspectos de nossa vida social passíveis de uma análise. Comumente presenciamos, através de atitudes e práticas cotidianas, que o subdesenvolvimento brasileiro não se encontra apenas demonstrado em questões econômico-financeiras, mas em gestos e ações passíveis de críticas por qualquer observador social. O subdesenvolvimento está nas mais absurdas demonstrações da ausência de qualquer preocupação de caráter coletivo, isso me refiro a aspectos educacionais, morais, éticos ou sociais. Esta condição que insiste em nos atormentar pode ser percebida quando andamos em uma moto sem capacete, quando em plenas condições físicas fazemos uso de um ente com necessidades especiais para ser atendido prioritariamente atendido em uma fila de banco ou de um órgão, quando burlamos uma disputa em uma competição esportiva ou num processo licitatório, enfim, o subdesenvolvimento está presente nos mais diversos setores da vida moldando nossa doentia sociedade brasileira. É necessário, e isso se faz urgente, uma ampla revolução em nosso sistema educacional começando pela base, é preciso mexer nas estruturas, temos que acabar com avanços quantitativos quando na verdade qualitativamente continuamos uns bárbaros no quesito harmonia social, sem respeito à regras e a padrões civilizados  de convívio. Nosso atraso está na eterna confusão entre o público e o privado, em não percebermos que o tratamente médico a um motorista negligente ou omisso ser dado com recursos públicos que poderiam ser poupados caso este motorista soubesse a fronteira entre seus limites e os do próximo; é não atentarmos ao fato de que desviando verbas da educação estaríamos tirando de muitas crianças a única alimentação diária, que é a hora da merenda. Até quando continuaremos nessa condição? Por quanto tempo carregaremos este rótulo de subdesenvolvimento ou de atrasado? Quem de fato será o precursor de uma verdadeira mudança estrutural em nossas raízes culturais? Sem dúvida, ao que parece, estas são questões que nos afligirão por muito tempo.

Por: Blog de Ceará Mirim