A Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) se reuniu com os principais órgãos da rede pública, incluindo o Ministério da Saúde, município de Natal, Laboratório Central, Central de Regulação e hospitais de referência do Estado, a fim de concluir a construção do protocolo local para o acompanhamento dos casos de microcefalia diagnosticados no RN. Além disso, também está para definir que hospital da capital será indicado para o tratamento das crianças acometidas por esta malformação.
Em entrevista coletiva à imprensa na tarde de ontem, 12, o secretário Ricardo Lagreca disse que a criação de um protocolo próprio é importante porque que a partir dele será possível coordenar em todos os municípios a linha de cuidados dos casos e as medidas a serem adotadas tanto em relação aos 30 casos diagnosticados no período de agosto até o momento, quanto com relação aos casos já diagnosticados através de pré-natal.
Lagreca confirmou que as estatísticas comprovam realmente um significativo aumento de casos no Estado, visto que a média normal é de um a dois casos notificados anualmente. O secretário disse que há suspeitas fortes, mas ainda não comprovadas, de que a malformação tenha ligação com algum tipo de virose que acometeu as mães. Mas ainda é cedo para tirar conclusões. Por isso a Sesap está orientando para que todo diagnóstico durante o pré-natal e após o nascimento seja imediatamente comunicado à secretaria. “A média normal era termos até dois casos por ano. Mas não podemos ainda atribuir a uma causa específica, pois pode ser um efeito de diferentes origens”, disse o secretário.
O secretário afirmou que a Sesap está intensificando as medidas para ter um total controle e estudo dos casos notificados. O Rio Grande do Norte vinha seguindo o protocolo utilizado pelo Estado de Pernambuco, que regionalmente apresenta o maior número de casos, 141 no total. O protocolo é necessário para que em nível estadual seja coordenada e padronizada toda a linha de cuidado dos casos, tanto com relação às crianças que apresentaram o problema ao nascer, quanto aos casos diagnosticados já no pré-natal. Os casos diagnosticados atingem cerca de 15 municípios do Estado, a maioria em Natal (11), seguido de Ceará-Mirim (3) e Mossoró e Parnamirim (2).
MICROCEFALIA
A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, na qual o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é a maior preocupação das autoridades de saúde. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como substâncias químicas, radiação e agentes biológicos (infecciosos), como bactérias e vírus.
#Com informações da Gazeta do Oeste