12 de nov. de 2013

Após denúncia, Secretaria Estadual de saúde vistoria posto em Ceará-Mirim

A coordenação do Programa Mais Médicos na secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) realiza hoje uma visita técnica ao município de Ceará-Mirim. A Sesap vai apurar as denúncias feitas por dois médicos estrangeiros relatadas em reportagem da TRIBUNA DO NORTE de domingo (10). Pouco tempo após o início dos trabalhos, os profissionais convivem com problemas habituais da rede de assistência à saúde e já pensam em pedir transferência para outras cidades. A secretária de Saúde de Ceará-Mirim se defende e afirma que o Programa passa por um período de adaptação.

 De acordo com o coordenador do programa na Sesap, Hugo Mota,  uma equipe de técnicos iniciou uma série de visitas aos municípios onde há profissionais em atividade. “As primeiras cidades visitadas foram Pau dos Ferros e Mossoró. Vamos visitar as outras”, disse.

 Hoje, os servidores chegam à Ceará-Mirim. Lá, segundo relato de dois médicos espanhóis, há problemas estruturais e de gestão que comprometem o atendimento dos pacientes. Os profissionais reclamam também que não receberam ajuda de custo necessária. “Vamos conversar com todos para saber o que está acontecendo. É preciso verificar se há algum problema no repasse de verba e como está a dinâmica de trabalho dos profissionais”, acrescentou Mota.

 A reportagem da TRIBUNA DO NORTE mostrou a realidade do posto de saúde São Geraldo, no Centro de Ceará-Mirim. O prédio está deteriorado e faltam medicamentos básicos e outros insumos como luvas, esparadrapo e gaze.  A titular da secretaria Municipal de Saúde de Ceará-Mirim, Maria Elaine Bezerra, reconhece a precariedade do posto. “A estrutura não é adequada”, disse. “Já tentamos alugar outro prédio, mas, naquela localidade, não há casas disponíveis”, completou.

Maria Elaine informou ainda que o Município foi contemplado no programa Requalifica UBS, do Ministério da Saúde (MS), e a construção de uma unidade básica de saúde   está em processo de licitação. “Foi aprovado o repasse de 20% do valor necessário e estamos no meio do processo licitatório”, explicou.

Sobre a acusação de que a secretaria não teria realizado os repasses referentes ao auxílio-moradia dos médicos estrangeiros, Maria Elaine rebateu afirmando que aguarda uma autorização da Câmara Municipal. “Os médicos sabem que estamos num processo de adaptação. Eles sabem que é necessário a autorização, através de Portaria, da Câmara dos Vereadores, para repassar os valores. Estamos trabalhando nesse sentido, mas vou conversar com eles”, disse.